Incerteza, mudança, transformação, consciência. Quatro palavras-chave, constantes nos diálogos e percepções desse fenômeno global, esse processo histórico, que marca um antes e depois para a humanidade. O Covid-19, sua disseminação global e as medidas excepcionais, tomadas por diferentes países, para impedir seu impacto, geraram reações diferentes em cada um dos habitantes deste planeta.
Desde a descrença, pânico, aceitação estoica ou ativação de nossa solidariedade, cada um de nós assume uma posição, ativa ou passiva, bem como nossa própria interpretação dos fatos. Não há verdades absolutas, apenas interpretações do que vemos, sentimos e percebemos. Com base nessa premissa, entrei na minha rede de contatos, amigos e aliados, ao redor do mundo, compartilhando a mesma preocupação: O que acontecerá, quando tudo acontecer? O que você acha que nos resta com essa experiência? Não de uma perspectiva racional e preditiva, mas da emoção, do sentimento que nos sobrecarrega no momento, das expectativas e medos.
Mais de 100 comentários e opiniões, enviados de 13 países (Colômbia, Venezuela, Chile, Argentina, Peru, Equador, Brasil, Porto Rico, México, EUA, Itália, Espanha, Alemanha), inspiraram esse olhar sobre a situação atual, seu impacto em nossas vidas, a interpretação que damos aos acontecimentos e a exploração de cenários futuros. Agradeço a todos por compartilharem sua emoção e sua visão.
A grande reflexão que esse exercício de pensamento colaborativo nos deixa, é que chegou a hora de nos fazer perguntas, profundas e poderosas. É essencial entender o momento, sua importância histórica. Vertigem, incerteza, medo e angústia fazem parte do preço a pagar pela evolução, mudança e interrupção. A chave está em nossa resistência natural à mudança versus curiosidade para o desconhecido. Essa é a grande dicotomia que tem acompanhado o ser humano, desde que ele passou por sua coluna e caminhou pela savana africana: seguir em frente ou ficar.
Esta surpresa coletiva não pode e não deve nos parar, o medo não pode nos paralisar. Entrar em pânico é inaceitável. Transformar, mudar e evoluir está em nosso DNA. Ser mais humano é a chave para salvar a Humanidade. Seja menos Homo Sapiens e mais Homo Humanitas*.
A palavra “humanidade” vem dos humanos latinos e significa “qualidade do ser humano”. Seus componentes léxicos são: húmus (terra), ânus (sufixo indicando pertencimento, procedência), mais o sufixo -pai (qualidade). Veja: sufixos, outras raízes latinas, humanas e também humildade. Nós pertencemos e viemos da terra.