5 outubro 2021

Neurociências e bem-estar integral

Por Florinda Pargas Gabaldón.

Se entendermos as neurociências como “a ciência que trata do sistema nervoso ou de cada um de seus aspectos e funções especializadas” (RAE) e sua importância no estudo dos mecanismos e bases biológicas subjacentes ao comportamento humano, podemos entender seu papel relevante na construção e desenvolvimento do bem-estar das pessoas e organizações sociais. Cada um de nós deve estar ciente de que nosso cérebro tem plasticidade e é possível transformar a mente para cultivar hábitos mentais que melhorem nosso bem-estar e, consequentemente, a convivência em comunidade.

A perspectiva multidisciplinar das pesquisas em neurociências, que se desenvolve a partir da perspectiva de diversas áreas como sociologia, biologia, medicina, psicologia, psiquiatria, economia e educação, entre outras, permitem um intercâmbio interdisciplinar para enfrentar os desafios que se apresentam a nível global, para contribuir no desenvolvimento das habilidades do futuro, em diversas áreas da humanidade: saúde, comportamento cidadão, qualidade de vida das pessoas, transformações sociais e tecno-culturais, educação, cuidado ambiental e outros fatores importantes dentro da sociedade, olhando para o futuro.

A abordagem da neurociência, no desenvolvimento e fortalecimento do pensamento crítico, inovador e adaptativo, da criatividade, da inteligência social, da resiliência, da diversidade, da interação digital e da gestão das emoções, é essencial para o alcance do equilíbrio e da coerência, em meio a mudanças disruptivas e transcendentais transformações que vivemos como sociedade. É imprescindível entender a importância de atender esses temas, a fim de melhorar nossa saúde mental e alcançar o necessário bem-estar integral para seguir em frente.

O seu impacto na educação, no futuro, para o desenvolvimento de competências emocionais, melhorar a convivência e o desempenho no âmbito educacional, implica a tomada de decisões na reestruturação das políticas públicas, a nível global e nas mais diversas áreas, para responder às necessidades do mundo por vir.

A busca pelo bem-estar como estilo de vida está cada vez mais presente na vida das pessoas e a pandemia não só desencadeou essa busca, mas abalou completamente sua definição e aplicação. Como podemos ativar o bem-estar em nossas vidas e fazer isso no dia a dia? Aqui, compartilho algumas premissas que podem ser úteis:

1) Sentir, pensar e agir, a partir do saudável: a pandemia destacou a importância da adoção de um estilo de vida preventivo, uma vez que a sobrevivência coletiva está relacionada a hábitos saudáveis ​​e a gestão emocional, que podem impedir a ida ao médico. Os modelos inovadores integram a medicina tradicional, com novas abordagens holísticas (ioga, mindfulness, meditação, coaching), que promovem a ativação do nosso sistema imunológico, através da gestão dos nossos pensamentos, emoções e hábitos diários, numa perspectiva preventiva e proativa.

2) Tecnologia a serviço da saúde: o fortalecimento do sistema imunológico e a força física do nosso corpo serão as principais tendências, através do uso de tecnologia personalizada, utilizando testes genéticos, biohacking, telemedicina, opções para agilizar processos de atendimento e identificação de terapias físicas e imunológicas mais adequadas a cada realidade.

3) Retorno à natureza: o distanciamento social tem valorizado profundamente a natureza como espaço de cura. As atividades que dizem respeito ao ciclismo, caminhada, caminhadas e passeios, são experiências que nos reconciliam e ativam o bem-estar, além das quais é possível manter distância social.

4) A Casa, um espaço saudável: Com o confinamento, manter o bem-estar nas residências é fundamental. Desde manter as janelas abertas para receber a luz do sol até o desenvolvimento de uma arquitetura de bem-estar, tudo está evoluindo, para construir comunidades inteiras que tenham uma influência positiva na nossa saúde a longo prazo. Espaços confortáveis, seguros, limpos e agradáveis, nos quais se pode “ser” e “estar”, incluindo o trabalho desde casa ou home office, como parte integrante da nossa nova realidade.

As neurociências tem nos fornecido a base científica para o conhecimento sobre como o bem-estar se relaciona com o cérebro e com todos os nossos sistemas. A partir do avanço das mesmas e do desenvolvimento da tecnologia, estamos entendendo como o “estar bem” produz mudanças positivas no cérebro e que é fundamental identificar formas de promovê-lo, por meio de ferramentas práticas, a fim de se alcançar uma maior harmonia no. ambiente que nos rodeia.

Rever estes e outros aspectos, relacionados com a nossa vida cotidiana, os nossos hábitos, comportamentos, ações e pensamentos, os seus efeitos e impacto nos nossos processos físicos e neurológicos, nos permitirá abordar este processo de mudança, de uma perspectiva saudável e equilibrada, com maior coerência entre o que sentimos, pensamos e fazemos, fortalecendo nossa inteligência emocional e um bem-estar integral.

Caso você precise de acompanhamento, para revisar, identificar lacunas e fortalecer essas áreas, individualmente ou em sua organização, podemos apoiá-lo. Eu ouço você e o acompanho no processo.

Florinda Pargas Gabaldón

Compartir:

Comentarios:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *